“Articular”, no contexto de
instrumentos de sopro, é o mesmo que separar as notas a serem
executadas em uma determinada melodia. Esta separação pode ser
basicamente executada através da língua, da garganta ou/e dos
dedos. O post de hoje traz uma síntese da técnica chamada de "tonguing", que consiste na articulação das notas utilizando a língua.
Single-tonguing
Utilizamos nossa língua desde crianças
para a comunicação e separação dos fonemas, o que a torna um
músculo altamente treinado e bastante eloquente. Na flauta
transversal, podemos utilizar a língua como uma válvula, bloqueando
ou permitindo a saída do fluxo de ar para o nosso instrumento.
É através da pronunciação de
algumas consoantes que a técnica é realizada. Por exemplo, tente
tocar uma nota pronunciando a sílaba “tuu” . Agora,
duas notas, “tu tu”.
E assim por diante.
A
consoante “t” produz um ataque bem forte e seco, caso seja
desejado um ataque mais suave, podem ser utilizadas outras
consoantes, como “l”, “d”, “r” (ex: arara), “g”
(ga), "k". Os fonemas, combinados com a consoante escolhida, também
influenciam no resultado final. Por exemplo, tente tocar um grupo de
notas como se estivesse falando “dadada” e o mesmo grupo de notas
como se pronunciasse “dididi”.
Outros
aspectos físicos e culturais influenciam bastante a sonoridade
produzida por esta articulação, como por exemplo, o tamanho da
cavidade bucal, os diferentes idiomas ou sotaques, etc.
Double-tonguing
Quando se necessita
de uma articulação bem rápida, combinam-se algumas consoantes como
o “t”, “k”, “d”, “g”. Por exemplo, tente tocar uma
linha melódica utilizando o seguinte padrão: “ta ka ta ka...” e
“da ga da ga...”.
Triple-tonguing
Utiliza-se também
em passagens rápidas e consiste em três golpes de língua
consecutivos. O padrão a ser seguido é o “ta ka ta ta ka ta ta ka
ta...”. Você pode também misturar consoantes e fonemas na hora da
execução da música. Faça isso até encontrar a sonoridade e
interpretação que mais lhe agrade.
E para finalizar,
uma série de vídeos gravados pela Nina Perlove que explicam
absurdamente bem este assunto: